Comédia “Agora É Que São Elas!” chega a Natal com Júlia Rabello, Maria Clara e Priscila

Júlia Rabello, Maria Clara Gueiros e Priscila Castello Branco desembarcam em Natal com o espetáculo “Agora É Que São Elas!”. No dia 13 de março, as atrizes se transformam em vinte personagens no palco do Teatro Riachuelo Natal. Elas encenam homens e mulheres como protagonistas de nove esquetes escritos por Fábio Porchat. Para montar Agora É que São Elas! Porchat misturou textos recém-criados e outros que, apesar de escritos em 2004 e 2005, revelam conexão com a década de 2020. “É um humor de identificação, há pessoas que se reconhecem nos personagens ou conhecem alguém que se parece com eles. São encenações do dia a dia, situações que a gente passa, um comentário que eu achei divertido”, conta o diretor. Na época, Porchat era estudante da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), no Rio, e chegou a encenar alguns esquetes ao lado do saudoso colega Paulo Gustavo. “Foi muito lindo revisitar esses textos escritos há 20 anos, que eu fiz na escola pro meu colega Paulo Gustavo. E foi bom ver que esse material ainda é atual, funciona e é engraçado. Se estivermos conectados ao que acontece ao nosso redor, vamos entender o Brasil, os costumes e as pessoas que estão à nossa volta”, diz. Entre as nove histórias, “Superstição” destaca o reencontro de duas amigas, interpretadas no palco por Maria Clara e Júlia, que não se viam há anos. Uma delas acredita cegamente em todas as superstições, enquanto a outra é puro ceticismo. Já Priscila e Maria Clara contracenam em “Selfie”, sobre um fã que aborda uma famosa atriz em um restaurante e, enquanto tenta tirar uma fotografia, começa a listar defeitos na artista que supostamente admira. O esquete mais recente, intitulado ‘Meu bebê’, apresenta um casal, interpretado por Júlia e Priscila, comparando seu filho de 8 meses com os filhos de outras amigas. Morrendo de medo que o próprio filho não seja o mais inteligente de todos. Diferentes gerações da comédia se encontram no palco São três ótimas atrizes de gerações distintas que despontaram para o público em veículos diferentes. A carioca Maria Clara Gueiros é bailarina, estreou no teatro com o espetáculo Na Cola do Sapateado (1987), e ganhou popularidade na televisão com o humorístico Zorra Total, entre 2004 e 2007. Também do Rio, Júlia Rabello estourou na internet como destaque do time do Porta dos Fundos e participou das novelas A Regra do Jogo (2015) e Rock Story (2016). A paulistana Priscila Castello Branco por sua vez, fez drama no teatro em Cenas de uma Execução (2016) e participou nas novelas Deus Salve o Rei (2018) e Salve-se Quem Puder (2020). O seu território, porém, é o stand-up e faz sucesso há dois anos com o solo Tô Quase Lá. A primeira temporada da peça conquistou o público. O espetáculo estreou com casa cheia em março de 2024 no Festival de Curitiba e lotou por quatro meses o Teatro dos Quatro, inclusive com sessão extra em todos os sábados, e passou por uma curta temporada com ingressos esgotados em Niterói. Para Porchat, o sucesso da montagem vem do trabalho em equipe. “A peça é despretensiosa. Tem três grandes comediantes no palco, elas dominam e têm consciência do potencial delas. Um texto de comédia só funciona sendo feito por comediantes que acreditam nele e que sabem pegar esse texto e ir além. Essas mulheres melhoram o meu texto e as piadas, e eu acho isso incrível”, diz. A história de Júlia Rabello com a peça começou também há 20 anos. Ela conta que, na época, Porchat a convidou para produzir “Infraturas”, peça que deu origem a “Agora é que são elas!”. “Quando ele me fez o convite, eu disse: que loucura, Fabio, anos atrás você me chamou para produzir a peça, agora você é o idealizador, diretor e produtor e me convida para atuar. Que interessantes as voltas que a vida dá. Eu tive o privilégio de ser uma das primeiras pessoas a ouvir a leitura há 20 anos. Agora é uma responsabilidade fazer como atriz”, conta. Rapidez e velocidade são os pontos-chave para o humor funcionar, diz Rabello. “Colocamos toda a nossa energia em estar com esse timing muito afiado”. Para ela, é esse elemento que torna a montagem tão contemporânea e fácil de gerar identificação. Para Maria Clara Gueiros, os textos “engraçadíssimos” são o maior ingrediente para a história de sucesso. “Eles vão ficando mais engraçados à medida que a gente vai se apropriando deles. O texto já está tão bem escrito, que eu só preciso mudar a musicalidade da minha interpretação. Dar vida a tantos personagens não foi um desafio”, diz. Gueiros conta que as colegas de cena também se tornaram “amigas pra vida” e se impulsionam na hora da improvisação. “Nós três somos muito criativas, então vamos criando. Quando uma faz isso, as outras duas já entendem e surfam na mesma onda. Nós criamos as interações no frescor da peça”, ela diz. Para Priscila, o desafio da peça é justamente não usar artifícios para a mudança de personagens. “Não temos um figurino de caracterização e nenhuma mudança de personagem! A virada é em cena! E ali mesmo nasce o outro. Acredito que a improvisação vem com a reação da plateia. Descobrimos muitas coisas no palco. Às vezes a reação da plateia nos leva a uma improvisação que podemos usar em outras apresentações! O teatro é vivo e é uma delícia viver isso com minhas companheiras”, conta. Esquetes são peças curtas que contam histórias em torno de uma situação específica com começo, meio e fim. O gênero, que fez sucesso nas décadas de 1980 e 1990, é caracterizado por diálogos rápidos e afiados que exigem versatilidade de seus intérpretes. Agora é Que São Elas! se destaca pelo humor autêntico, com espaço para improvisação, aproximando o público de cada cena. E, como uma das linguagens mais dinâmicas do teatro, cada esquete pode ser interpretado de maneira diferente a cada apresentação, oferecendo à plateia a sensação de estar assistindo a um espetáculo exclusivo a cada vez. SOBRE A OPUS ENTRETENIMENTO Celebrando 49 anos de

Cineclube Casa da Ribeira encerra 2025 com a “Mostra + Inclusão no Cinema”

O ano chega ao fim, e com ele a última sessão do Cineclube Casa da Ribeira em 2025. Após uma temporada que, de setembro a dezembro, celebrou a diversidade do audiovisual brasileiro, o projeto dedica sua última edição à inclusão, tema central da “Mostra + Inclusão no Cinema”, que acontece no dia 19 de dezembro, às 19h, com entrada totalmente gratuita, na Casa da Ribeira. Criado para ampliar o diálogo entre público, artistas e realizadores, o Cineclube reafirma seu compromisso com a democratização da arte ao exibir, nesta mostra, quatro curtas-metragens com audiodescrição e interpretação em Libras. “Cada edição do projeto tem sido um espaço de escuta e reflexão sobre negritude, povos originários e diferentes formas de existência, sempre acompanhada por conversas com profissionais do audiovisual e da cena cultural do Rio Grande do Norte”, explica Alessandra Augusta, presidente da Casa da Ribeira. A iniciativa é realizada pelo Edital de Apoio e Subsídio para Manutenção de Espaços Culturais 21/2024 – PNAB/RN, fortalecendo a missão da Casa da Ribeira de manter a cultura viva, acessível e pulsante. Nesta última sessão do ano, a produção contemporânea ganha destaque ao reunir filmes do Rio Grande do Norte e de São Paulo que, por meio de linguagens diversas, abordam temas como acessibilidade, identidade, ancestralidade e a potência transformadora da arte. São obras que ampliam o olhar e convidam o público a experienciar o cinema como espaço de encontro, memória e afeto. Filmes em exibição: ESTOU ADAPTADO À UMA CIDADE NÃO ADAPTÁVELDir. Raquel Cardozo • 2025 • RN • 12’34’’ • Classificação: LivreO curta-documental apresenta a trajetória de Beto Morais, fundador da Companhia Gira Dança, em Natal. Entre lembranças, desafios e descobertas, Beto revela como a arte sustenta a sua existência e provoca uma reflexão urgente sobre a construção de cidades verdadeiramente acessíveis. NUNCA ME VIRAM GRITARDir. Luccas Araújo e Danilo Teixeira • 2025 • SP • 16’00’’ • Classificação: LivreApós perder um amigo, Cândido — um homem surdo e descontente com a vida — é levado à terapia para manter o emprego. A relação inesperada com Gil, tradutor oralizado de Libras, desperta nele um profundo desejo de mudança. O filme navega por temas como comunicação, escuta e transformação emocional. BÍPEDEDir. Alexandre Américo e Pedro Vitor • 2025 • RN • 08’49’’ • Classificação: 12 anosInspirado em danças tradicionais nordestinas, o curta cria uma metáfora sensível sobre vida, morte e resistência. Corpos que atravessam temporalidades evocam ancestralidades e revelam a arte como ferramenta de luta e memória diante das marcas do colonialismo. O CINEMA É UM SONHODir. Ernani Silveira • 2025 • RN • 30’00’’ • Classificação: LivreTiago, jovem cego, e Gabriel, jovem autista, embarcam na realização de um documentário participativo dentro do cinema independente. Em suas vivências e descobertas, o curta destaca o cinema como ambiente de acolhimento, criação compartilhada e verdadeira inclusão. SERVIÇO — Mostra + Inclusão no Cinema Data: Sexta-feira, 19 de dezembroHorário: 19hLocal: Casa da Ribeira — Natal/RNEntrada gratuita — Ingressos distribuídos a partir de 1h antes da sessão