Curta Metragem “Mãe Santíssima” traz reflexões sobre preconceitos, resistências e tradição cultural

No sertão, onde a poeira nunca se assenta, três destinos se cruzam sob o peso de uma profecia. Entre fé e violência, amor e honra, vida e morte, Mãe Santíssima mergulha nas contradições humanas e mostra como o passado pode assombrar o presente e moldar o futuro. O curta, inspirado no conto de Theo G. Alves, terá uma exibição especial em 10 de outubro, no Quilombo Boa Vista dos Negros, em Parelhas/RN, local onde foi gravado.

Entre a fé cega, as perseguições e os silêncios, a narrativa leva o espectador a refletir sobre a força destrutiva dos preconceitos, a resistência e o poder de redenção presente na tradição cultural.

Mãe Santíssima chega ao público como uma obra que une força narrativa, estética singular e um processo de criação coletivo. Concebido sob a filosofia do cinema processo — também chamado de cinema orgânico —, o filme valoriza o acaso, a colaboração e a participação ativa da comunidade local. O diretor geral Buca Dantas, cocriador do Cinema Processo, é reconhecido por essa abordagem inclusiva, que rompe com a rigidez do roteiro e integra moradores da região, não atores, tanto na atuação quanto na equipe técnica.

Mesmo com essa organicidade, a produção alia rigor técnico e qualidade cinematográfica. A estética é marcada por escolhas ousadas: fotografia em preto e branco, trilha sonora construída a partir de sons ambientes e a quase completa ausência de diálogos. Embora tenha partido de um roteiro dialogado, a narrativa se transformou em uma experiência predominantemente imagética, em que a força da imagem assume protagonismo.

Essas particularidades tornam Mãe Santíssima uma obra singular no cenário audiovisual brasileiro: poética, experimental e profundamente enraizada no território que lhe deu vida. O filme reafirma a marca autoral de Buca Dantas — densidade, poesia e identidade brasileira — e apresenta uma proposta estética inovadora, onde profecia, paixão e redenção se entrelaçam sob o olhar de um cinema feito em sua essência.

“Mãe Santíssima fala de um Brasil profundo, de pessoas em que vivem, sofrem e amam aquelas experiências. É ambientado na caatinga, bioma exclusivamente brasileiro e valoriza o conhecimento ancestral. Os conflitos das personagens fala deles e também de quem vai apreciar o filme, pois que são locais e universais”, destaca Buca Dantas.

O projeto audiovisual “Mãe Santíssima” conta com o apoio da Lei Paulo Gustavo, Prefeitura do Natal, Ministério da Cultura e Governo Federal

Siga : @curtamaesantissima

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=_pgSNbdkyrw

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