Oficinas da UFRN promovem reflexão e autocuidado entre adolescentes em internação provisória

Adolescentes que aguardam audiência para definição da sentença socioeducativa no Casep Metropolitano estão participando de oficinas voltadas ao autocuidado e à responsabilidade. A iniciativa é parte do projeto “Aprendizagens para o mundo do trabalho: pontes entre educação e profissionalização no sistema socioeducativo”, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Norte (Fundase/RN).

A atividade, iniciada em maio, integra o conjunto de ações previstas em acordo técnico firmado com o Ministério Público do Trabalho (MPT), Tribunal de Justiça do RN, Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) e Ministério Público Estadual (MPRN), dentro da Rede Potiguar de Trabalho Decente no Sistema Prisional. A governadora Fátima Bezerra assinou o termo em junho de 2024.

No grupo da última quinta-feira (22), conduzido pela doutoranda em Psicologia Helena Oliveira e pelas bolsistas Larissa e Gyselli, os seis socioeducandos participaram de dinâmicas de vínculo, expressão de emoções e atividades como autorretrato e análise da música “O Homem Que Não Tinha Nada”, de Projota. Ao final, expressaram sentimentos como gratidão, felicidade e tranquilidade. “Buscamos que eles compreendam como evitar se colocar em processos de violência, a partir da autopercepção, do cuidado com o outro e da autorresponsabilidade”, explicou Helena.

As ações também estão sendo aplicadas nas unidades Case Pitimbu, Casemi Nazaré, Casef Padre João Maria e Casemi Santa Catarina. O projeto é coordenado pela professora Cláudia Kranz, com subcoordenação da professora Cynara Ribeiro, ambas da UFRN, e envolve bolsistas e docentes de áreas como Pedagogia, Psicologia, Serviço Social, Educação Física e Artes Visuais.

Além das oficinas de cuidado e responsabilização, a iniciativa inclui alfabetização, letramento matemático, atividades culturais, rodas de debates sobre direitos humanos e construção de projetos de vida. A expectativa é atender cerca de 70 adolescentes em privação e restrição de liberdade, respeitando sua condição de desenvolvimento e buscando fortalecer seus vínculos familiares e comunitários.